O nome da minha página tem como inspiração uma das frutas mais populares do mundo. E é ela também que, em um primeiro olhar, nos parece ser um exemplo perfeito de design. Está envolta na própria embalagem, que é super fácil de retirar; sua cor nos diz se está pronta ou não para ser consumida. Verde, não, amarelo, sim, marrom, vai pra compota de docesUm pack perfeito de intuição na perspectiva do usuário. Será?

Vamos problematizar nosso próprio olhar? Tira o olho desse umbigo e vai!

Digamos que você tenha de criar uma banana especialmente para os portugueses. Como seria essa banana? Saiba que a regra da cor já foi por água abaixo e terá de ser adaptada. Em Portugal, a banana que no Brasil é considerada verde, está pronta para consumo. Não é aquele verde escuro, mas um verde claro. E para descascar? Bem, você deve pensar que essa é fácil e muito intuitiva mesmo. Outro erro. Na Europa, é muito mais fácil descascar uma banana começando-se de baixo para cima. Aquela parte do talo, que no Brasil é macia, por aqui é rígida e difícil de rasgar.

E para os japoneses? Como seria a banana perfeita? Você poderia pensar “hm, eles são super racionais e práticos. Vou fazer uma banana já sem casca”. Erro! Por lá, já existe a tal da super banana, a mongee, que é consumida com a casca por ser ultra nutritiva.

Para além do design, também devemos pensar na banana perfeita levando-se em consideração o objetivo do cliente.

Uma pessoa fitness vai consumir a fruta de um jeito, talvez como um pré treino, com whey (?); outra pessoa vai preferir a banana congelada, batida com cacau; outra simplesmente vai enxergar a banana como uma sobremesa, quando é transformada em doce…

É então que o seu produto terá de dançar conforme a música — do cliente - e não a sua, por mais natural e intuitivo que possa parecer!